terça-feira, 9 de março de 2010

Convite ao desejo



Palavrinha pra lá de interessante, entusiasmada por sei lá o quê que vem das entranhas, as vezes em forma de frisson causada por aquele aperto. Outras vem da nossa cabecinha imaginativa. Hum... que desejo. É só a carne? Ou tem um quê de psiquê? Como é bom desejar. E ser desajada é melhor ainda. Vem cá meu bem. Quero você aqui e agora. Não sei. A razão pede pra esperar. Se controla meu!
Mas chega uma hora que não dá mais pra segurar aquela vontade louca de fumar um cigarro, de comer uma barra inteira de chocolate meio amargo, de se jogar de uma ponte dentro de águas claras, de se entregar inteiramente ao desejo de ser mais do que se é vivendo simplesmente.
Quero mais, sempre quero mais. Mas com o desejo vem o medo de se chegar à um lugar onde desejo já não exista mais. Medo. Medo de tudo, do nada, de viver intensamente. E o depois? Necessidade de saber o que vem depois. (In)Segurança.
Desejar e se deixar satisfazer é um passo além daquilo que se conhece por controle. Muitos defendem que não controlamos nada, absolutamente nada. Mas é difícil aceitar isso. A cabeça diz que sim, que controlamos. Mas corpo e alma às vezes mostram que não. Chega um momento crucial, no qual o controle escorre por entre nossos dedos, e seja o que Deus quiser. Uso Deus aqui como simples frase de impacto. Porque a verdade é: seja o que a gente quiser. Ou consequência daquela coisa contida que quer explodir há muito tempo, que já não consegue mais se segurar, como fogos de artifício num céu de réveillon. É meia noite e o céu se ilumina numa explosão de cores e alegria.
Desejo? Até certo ponto ele é estável, controlável. Muito mais intenso é quando essa fase passa, e entra-se naquela do vem aqui agora. Prazer momentâneo, e muitas vezes finito. Mas só experimentando para se chegar ao gozo de todos os sentidos. Vale a pena? Oui, je pense!

3 comentários:

garuda disse...

O verdadeiro prazer reside na potência da vontade que, se desenvolve lenta e sistematicamente no dominio dos sentimentos, das emoções e de nossos pensamentos, que quanto mais controlados e observados mais prazeirosos se tornam, esse controle pela vontade pode chegar numa guerra interna e a explosão de fogos é para dentro como um sol que irradia seus raios incandescentes no nosso interior, ai então chegaremos próximos do infinito prazer, no Eu sou, no cosmo do amor, na essência da Terra e da humanidade.

garuda disse...

O prazer real é desenvolver a potência da vontade, lenta e sistematicamente no dominio das emoções, dos sentimentos e dos pensamentos, que quanto mais controlados e observados mais prazerosos se tornam, pode-se chegar à uma guerra interna e a explosão de fogos é para dentro, como um sol que irradia seus raios incandescentes em nosso interior, ai chegaremos perto do verdadeiro prazer, do Eu sou, da essência da Terra e da humanidade.

Anônimo disse...

Muito interessante... Os desejos são o motivo de tudo, sejam de quaisquer categorias. Claro, há alguns mais intensos e, digamos, nobres. Concordo com sua conclusão. Oui.