Pensei que seria fácil,
mas nunca é.
Pensei que ia sempre sorrir,
mas a boca amarga.
Pensei nas possibilidades:
elas são criadas por você.
É um caminho só, uma vida inteira acreditando nisso,
por que cogitar aquilo?
Na encruzilhada escolho a via que me parece acertada. (Às vezes chata, duvidosa, dolorosa.)
Como já me falou um grande amigo: "Sejamos superficiais, medíocres! Seria tão mais fácil, né Dara?" Mas nenhum dos dois consegue.
Ficamos com:
"Escolha sempre o caminho mais difícil."
Ele é solitário e incrível.
O conhecimento de si é como olhar o oceano: de longe parece piscina,
no entanto, guarda em sua profundeza grandes mistérios.
E dá medo.
Incompreensão das correntes, dos bichos, da escuridão e das tempestades.
A roda continua girando e lá de baixo olho pra cima e torço pra ela subir logo.
Me abalo um pouco.
Acho que decepção é um dos piores sentimentos que existe.
Vejo hoje a cultura com outros olhos, com uma visão um pouco mais ampliada.
Sei que somos diferentes, que existem ene maneiras de ver o mundo.
E por que isso me incomoda?
Olhar para o outro de um sétimo andar (Sartre conta isso em uma de suas histórias) como formigas que passam, dá uma sensação e mesmo uma posição de superioridade. Mas ela é frustrante e incompleta. A minha humanidade vai além.
Só se pode conhecer o outro, andando lado a lado.
Buscar compreender o seu processo, os seus caminhos, as suas complicações.
Sou feliz por estar aberta a novas possibilidades, mas isso não significa que tenho que gostar.
Mas por que me incomoda?
Ter opinião e aceitar a sua liberdade (que acreditamos possuir) é mais difícil do que se imagina.
Nisso, penso na massa manipulável que se deixa guiar como um rio pelas encostas até chegar num rio maior e depois no mar, ou num lago. Sem pensar, sem olhar, sem perceber.
Nadar contra a corrente, então. Esse é o caminho.
Duro é saber como. Acho que nunca se saberá.
Porque é intuitivo.
E cada dia, uma novidade.
Tenham bons sonhos.
Um comentário:
Dara, o psicólogo Carl Jung cunhou um fenômeno chamado
"sincronicidade", que explica como às vezes duas pessoas distantes podem estar desenvolvendo a mesma linha de raciocínio, ao mesmo tempo, partindo de referênciais completamente distintos. Eu escrevi um poema que está no perfil do meu Orkut, e tive que verificar as datas deste teu texto e do meu poema pra saber se vc já tinha lido, de tanto que os dois se relacionam. Impossível, vc escreveu antes de mim, e eu só li o seu texto hoje,dias depois de escrever o meu. Deve ser sincronicidade então. Ou nós dois representamos apenas os sintomas da nossa geração, sendo nossos textos apenas frutos genéricos do pensamento atual. Não sei, que achas?
Não sei a qual "grande amigo" vc se referia, mas então tem muita gente que te chama de Dara, que nem eu? E essa frase de "vamos ser mediócres" é bem a minha cara.
Mas se não fui eu, td bem. O autor dessa afirmação tá apoiado!
Saudade, sempre! :*
Leia o poema lá no orkut!
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