domingo, 15 de julho de 2012

O jeito gato de ser

Gatos são criaturas espetaculares, mistériosas e interessantes. Se um gato te escolhe como 'dono', pra sempre te será fiel. Gosta de você do jeito dele e não adianta querer que ele responda toda vez ao seu chamado, tem horas que ele realmente não está a fim. Mas naqueles dias em que você chega em casa chateado, triste ou choroso, ele fica por perto, roça na sua perna, te olha nos olhos, isso quando não sobe no seu colo e ronrona, mostrando o quanto você é importante e amado. Ele te dá carinho e amor à sua moda. São companheiros, e não grudentos. Gostam de estar perto, mantendo mesmo assim sua independência e individualidade.


Observam seus gestos, compreendem seu humor e as vezes te provocam pra provar que ainda está vivo. E depois, soneca. Como dormem! São lindos em seu sono, e quando seguros, se 'abandonam' sem medo. Tem uns que adoram cochilar em colos, em almofadas macias, camas cheirosas, ou encostados em alguém, por causa do quentinho, e pra ganhar cafuné, lógico. Que gato não gosta de cafuné? São verdadeiros em seu amor, e querem retribuição. Contudo, se alguém os maltrata, botam as garras pra fora, rosnam e mostram os dentes; se deu, prepare-se pra levar! Depois vão embora em busca de um outro lugar, sem olhar pra trás. Tem uns tímidos, outros mais atrevidos, mas são sempre doces e fiéis aos seus instintos. As vezes te trazem um bichinho que caçaram, como um presente, para retribuir à 'casa, comida e roupa lavada'. Enquanto vc pega aquele bicho com pena ou nojo, ele volta orgulhoso para a sua almofada, o retorno ao sono dos justos.



"A vida e amor ao lado do pior cão do mundo"

Ontem assisti o filme Marley e Eu, baseado no livro de mesmo nome. Logo de cara já sabia que seria um filme água com açúcar, sobre família e o amor aos animais domésticos. A história começa com um labrador cor champanhe correndo e logo atrás seu dono, desesperado. A narrativa volta 4 anos, quando ele, John Grogan se casou com Jenny, numa cidade fria dos Estados Unidos. Logo se mudam para a Flórida, em busca de calor e trabalho, ambos são jornalistas. Logo se adaptam àquela nova rotina e a esposa quer um filho. Ele, inseguro, resolve lhe dar um animalzinho de estimação, antes dessa empreitada mais difícil. Eles compram Marley em uma fazenda de adoção de bichos abandonados e ele, por ser elétrico, estava em promoção.
O desenrolar da história mostra a formação convencional de uma família. Desde o primeiro bichinho, o primeiro filho, o segundo, os sonhos deixados de lado pelos pais, por causa da nova situação, e Marley sempre presente, comendo tudo que podia. A muher deixa seu emprego bem sucedido em um grande jornal, para se tornar dona de casa e cuidar dos filhos. Não queria ser aquelas mães que só vêem os filhos 1h por noite. O marido, recebe aumento e se torna colunista de um jornal menor, e a vida segue naturalmente. Brigas, depressão pós-parto, reconsiliação, sacrifícios, mais uma filha. Se mudam pra outra cidade, onde ele conseguiu um emprego de repórter. Apesar disso sempre ter sido seu sonho, sente falta de suas colunas diárias, nas quais ele fala de sua vida, impressões e Marley.
A história conta a vida do cachorro. Desde pequeno, quando é adotado, até a morte. E posso dizer que nos últimos 15 minutos do filme, as lágrimas rolaram soltas. Quando o cachorro vai ficando fraco, as pernas endurecidas, paradão. Lembrei do Conan. Foi mais ou menos a mesma história...
Meus pais adotaram ele quando eu ainda era bebê. Cresci com ele, a Chiquita, depois veio a Iris e a Lola. Mas o Conan, sei lá, ele foi o queridão do meu pai. Foi treinado, sentava, dava a pata, fingia de morto e protegia a casa e a família e era muito carinhoso. Viveu uns 13 anos. Velhinho, as patas traseiras já não obedeciam mais e seu olhar sempre alegre, foi ficando triste e vazio. Como no filme, tivemos que sacrficá-lo. Foi triste. E chorei. Mas não chorei só, o cinema todo estava aos prantos, certas pessoas até soluçavam. Depois da sessão, estávamos todos de olhos inchados, e uma menina me disse: "esse filme não dá pra ver no cinema! Olha só o nosso estado...". Foi interessante e me lembrou a história da minha família, nos distantes anos de São Paulo. Senti saudade.