Me sugaram até a última gota, como vampiros que precisam de sangue para viver. Criaturas como estas sugam o invisível e precioso para o ser. Gostaria de conhecer um bloqueio, uma armadura, uma aura protetora a prova dos dentes invisíveis. Me extorquem, insaciáveis, de todos as maneiras possíveis, seja pela fala, ou pela presença. O mais comum e mais fácil de controlar é o que fala. Quem fala de mais, escuta pouco, e acaba se entregando facilmente; digo logo que vá catar coquinho, que me deixe em paz, ou dou uma de 'joão sem braço' e sumo. E o outro nem percebe e continua falando sozinho. Nunca entendi essa necessidade febril das pessoas falarem, e falar besteira (pra não usar outra palavra, por ser vulgar, mas que caberia muito bem). Não sei de quem ouvi quando criança, deve ter sido minha mãe, algo que ficou gravado pra sempre na minha memória, do tipo: se for falar besteira, é melhor ficar calado! Acho perfeito isso. Preservar-se de bobagens hoje em dia, é um caso hercúleo. Quem consegue? Basta ligar a televisão. Ou ouvir rádio, ou escutar papo de bar (não que papo de bar seja desinteressante, sempre nascem algumas pérolas). Mas francamente, me consumir o dia com balelas sem significados não dá. E as lamúrias? Isso sim consome. Sou vítima! Sou um pobre coitado! Deus esqueceu de mim! Tenha dó... Despeja-se o lixo e em troca ganha-se energia vital. É uma bela troca, mas quem fica com o lixo, normalmente os que escutam mais e falam menos, percebem gradativamente as artimanhas dos vampiros de energia, porque vítimas são vampiras de energia sim. Quem fala muita bobagem, pelo simples fato de não conseguir calar a boca, é vampira sim, precisa de alguém para escutar suas bobagens, senão qual seria a graça? De onde conseguiria energia pra continuar seu blábláblá? Enfim. Depois das que falam demais, vêm as que transtornam ambientes com sua presença. São pessoas alucinadas e desequilibradas, acho que todos temos algum desequilibrio, uns mais que os outros; mas essas não conseguem se controlar, vivem como se fossem um turbilhão, um tufão que vai levando consigo toda a energia do ambiente. Acho que tenho grave problema de identificação, porque nos dois casos, sempre saio arrasada. Deixo levarem tudo. E depois fico com raiva.
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