
Você gosta de carnaval? munganga? palhaçada?
Se disse sim para uma das perguntas acima, então não está vendo problema algum nesse mês de passeatas políticas. Ou está?
Se disse sim para uma das perguntas acima, então não está vendo problema algum nesse mês de passeatas políticas. Ou está?
Impossível não dar atenção aos trios elétricos cheios de gente, todos muito bem sonorizados, pessoas com microfone nas mãos, outras fantasiadas, aclamando seu candidato, festejando... sabe-se lá o que. Vi muita gente vestindo a camisa e segurando orgulhosamente a bandeira do partido, fazendo palhaçadas inacreditáveis. O candidato que aceita e apoia os cidadãos vestindo roupa e peruca de carnaval, pulando pelas ruas, gritando seu nome e cantando alegremente, com uma latinha de cerveja na mão, só pode estar desesperado, ou louco, não é mesmo?
Pra que toda essa festa minha gente? Gastam o dinheiro todo para chamar nossa atenção, e não sobra mais nada para os projetos mirabolantes que se propuseram realizar. Porque ali mesmo onde celebram a candidatura do indivíduo-deus, tem uma senhora de oitenta anos pedindo esmolas, um esgoto ao ar livre, o lixo acumulado de anos na mata do Parque das Dunas. Mas nisso não prestamos atenção, já virou rotina para nós essas aberrações. E a verdadeira aberração, tornou-se diversão.
Num domingo qualquer avistei uma fila imensa de carros parados na terceira faixa da Roberto Freire, por volta das 16h. A fila congestionou o transito das pessoas que voltavam do litoral sul da cidade. Estava uma zona. Oba! Tudo saiu como planejado. Cada vereador teve a oportunidade de tocar a sua musiquinha para esses carros, famílias inteiras, envolvidas a contra-gosto no comboio, entre raivosas e cansadas. Sem reação.
Num outro sábado, fiquei presa dentro de um comboio durante uns 40 minutos, porque eles ocuparam toda a rua paralela à Roberto Freire. Pode? Se pode, eu não sei. Pensava com todo minha inocência que esse tipo de manifestação alegre fosse proíbida. Se for, a polícia não só faz vista grossa, como colabora com os manifestantes. A história vai ficando interessante.
Como disse De Gaule, o Brasil não é um país sério. Mesmo possuindo riquezas naturais, petróleo, mão de obra capacitada, grandes intelectuais, o povo assiste e se ilude com os políticos. Votamos neles. Sempre tem um que se salva, mas e pra acertar? Chutamos e tentamos marcar o gol, votamos no mais simpático, no mais bonito, naquele que pratica a troca.
Eu mesma, até agora, há menos de 24h para a abertura das urnas, não sei em quem votar. Ninguém provou sua capacidade com essas campanhas pra tupiniquins (sem desmerecer os índios, por favor!). A única coisa que foi provada é que brasileiro gosta de confete, suor e cerveja. Fico pensando: por que esses candidatos não desenvolvem um projeto de verdade, em vez de gastar milhares de reais em campanhas ilusórias, de cantarem palavras ao vento, de fazerem comboios barulhentos, fechando ruas, atrapalhando o transito, incomodando o descanso das pessoas, fazendo a gente de bobo.
**É, agora é ver pra crer... Micarla ganhou. E eu votei nulo... que covardia! Preferi não assumir responsabilidades. Você que votou, colocaria a mão no fogo pelo seu candidato?
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