sábado, 11 de abril de 2009

Fim de semana na Paraíba


Tem um lugarzinho encantador no interior do Estado da Paraíba que se chama Bananeiras. O nome dado à cidade é por causa mesmo das bananas. Há grandes extensões de bananeiras. Fica a uns 400 metros acima do mar e é formado por vales repletos de frutos, plantas e árvores. Faz um friozinho agradável a noite, no entanto, durante o dia, o sol é tão forte e quente quanto nas praias daqui. Fomos para lá há três semanas fazer trilhas ecológicas. Você deve saber, mas vou esclarecer assim mesmo: é uma atividade do turismo que envolve caminhadas pelo meio de matas ou florestas, reconhecimento da flora e da fauna, alguns desafios no percurso e aventura. Existem muitos níveis dentro disso, basta escolher.

O nosso foi suave. Andamos no primeiro dia até a cachoeira do roncador. Uns 5km mais ou menos, de subidas e descidas no meio de alguma fazenda e mata. Nem pude a creditar quando vi que a cachoeira era de verdade. Aqui no nordeste fica difícil acreditar, muito seco, no verão os rios menores secam, os poços secam, não tem chuva. Aí ver uma cachoeira digna de nome, foi incrível! Tomamos banho rapidamente e partimos para o almoço, em uma cidade próxima chamada Areia. Foi ali que nos hospedamos, uma pousada aconchegante com vista pra um vale. Espetáculo. Almoçamos tarde e fomos direto para a UFPB, ver como é linda. Muitas árvores, plantas e canto da cigarra. Voltamos pra pousada, tomamos banho e já fomos comer pizza.

O grupo era de 30 pessoas. Todas as idades. Quase ninguém foi pro forró pé-de-serra, estávamos exaustos da viagem e da caminhada do dia. Devem ser uns 25o km até essa região, saindo de Natal.

No outro dia, todo mundo descançado, de barriga cheia de banana com melaço (especialidades da região), fomos para a a caminhada mais pesada. Uma trilha mais íngrime que da véspera, mais paisagens também. Saímos de Areia em direção a Lagoa Verde. O destino era o engenho que fabrica a cachaça Volúpia. Andamos por trilhas no meio de vales, sobe e desce, um menino se machucou, escorregou no cascalho e abriu o joelho. Pequena tensão, mas os primeiros socorros foram perfeitos e um motoqueiro levou o rapaz para o hospital. Ele levou 5 pontos. Foi puro azar, e alguma cerveja da noite passada.

Pelo caminho encontramos casebres de barro ou tijolo cru, pessoas magras nas janelas, vendo a comitiva passar. Vi também cada vaca gorda, uns burros habilidosos e cavalos majestosos. Depois de 1h30 andando pelo vale, chegamos à entrada da trilha que começa beirando um rio nada largo. Muitas pedras grandes, e escorregadias. Aqui começa o nível 3, afirmou o guia. Descemos correnteza abaixo, pulando, escalando e escorregando pedras. Deu um medinho, confesso, mas a emoção e companheirismo da galera equilibra. Chegamos a mais uma queda d'água. Nessa eu entrei de baixo literalmente, que bela massagem. Cada um ganhou um pedaço de rapadura pra chupar. Parece que dá energia, revitaliza, mas é tão doce. Continuamos descendo pelo leito do rio até chegar a uma barreira. Lá tinha um pessoal da terra, cozinhando feijão. Crianças brincavam nas pedras e pulavam na água com o auxílio de um cipó.

O ônibus nos levou direto pro engenho. Achei que a comida estaria pronta, mas não. En attendant, experimentamos as cachaças, especialidades da casa, de banana, abacaxi, cravo e canela, acerola, cajá, entre outras. Bateu no estômago e ban! Comi igual flagelado: galinha caipira, macaxeira, arroz, feijão verde, farofa e vinagrete. Hum. Estava delicioso.

Volta rápida à pousada, banho, juntamos as coisas e entramos no ônibus de volta pra casa, pra Natal. Amanhã já era segunda-feira, dia de branco, como diz Ana Luiza.

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