Gostei de Brasília. Mas não pra morar.
Lugar que você depende de um carro pra tudo. Tudo mesmo. E aquela idéia de setores? Achei o Ó. Não tive acesso aos bairros limitrofes (dizem que é mais normal), por estar sem carro. O dia que cheguei mais perto disso, foi numa noite de teatro, no Sesc Garagem. Pegamos carona com o taxi do Godo até a W3 e lá pegamos um busão. Entramos um pouco mais na cidade em si. Porque aquela avenida da Esplanada é só visão e imensidão. Tudo parece perto, mas é tão longe. Gastei sola de sapato debaixo de chuva e de sol. Descobrimos um ônibus gratuito no primeiro dia. Foi a glória. Meio longe do Mané, mas válido. Passava na frente de tudo o que era Nacional. E também por dentro da UnB. O motorista já familiarizado com a gente, nem reclamou quando comi um abacaxi no palito dentro do carro. O bom de lá são as frutas vendidas na frente dos Ministérios, aos pedaços. Não passei fome, comi muita bagana. E salada de frutas.
No primeiro dia corremos pelos Monumentos Nacionais: teatro, catedral, congresso, biblioteca. Chovendo. Que sorte a nossa. Dizem que o ar é muito seco e eu não senti isso. Graças! Segundo dia, foi sete de setembro. O povo todo na rua, aviões no céu e Lula no telão. Dia de festa. Chegamos no Congresso andando. A volta foi sofrida. No primeiro dia perdemos um puta espetáculo do grupo Armazém. No segundo compramos os igresso para os próximos dias. Olha só a nossa sorte: semana de Cena Contemporânea Internacional. Assistimos um espetáculo francês e outro de BH. No terceiro dia tentei ir no Congresso de professores de francês. Mas escolhi mal e saí de lá emputecida. Pegamos o bus grátis e fomos conhecer a universidade federal. Linda! Encontramos um garoto que nos apresentou os lugares mais interessantes. No quarto dia escolhi melhor. Fui à uma palestra do Marcos Bagno, fiz uma oficina de animação em sala de aula e de tarde foi o must: um palestra de escritores! Me esbaldei. Fiz uma pergunta fatal. Conheci o professor tal e voltei satisfeita com o Congresso. Mais nada superaria essa tarde. Foi perfeita. Acreditem. No último dia, saí com um pessoal de lá, pra ver a night da galera. Convenci todo mundo a não pirar, ficar num bar trocando idéia era o melhor que se tinha pra fazer. Mais um ponto positivo. Conhecer gente é bom.
A epopéia da volta foi estressante. Pegamos dois ônibus pra chegar no aéroporto. Um sufoco, com aquela mala desconfortável para aventuras deste tipo. Mas deu certo. Sempre dá.
A impressão que ficou? É Brasília lá e eu cá. Quando voltar vou direto pra Chapada. Achei tudo muito na cara. A pobreza encarada como natural, as drogas dominando a cabeça dos jovens, os políticos nadando em dinheiro. Monumentos históricos imponentes, gente suja dormindo nas calçadas. Muita pedra. Gostei da vegetação. Vi uma cotia. Nos olhamos quando o tempo parou numa beira de estrada. Foi mágico. Valeu pelo congresso, valeu pelos amigos encontrados, pela aventura e novidade, por não ter visto um só bicho abandonado (só gente... Infelizmente). Pelas risadas. Pelos sufocos. Pelo espírito de equipe. Pelo teatro ("pra curar a seca de Natal", segundo Elias). Viajar, sempre é válido. Foi bom também ter tirado a idéia maluca de querer morar lá. Só fico pensando em Nostradamus... Por que ele foi apontar bem aquele lugar na sua profecia? Que saco. Próxima parada: os Andes. Tem que ser um lugar alto gente!
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