Jojo é o apelido do amigo ciclista (profissional) francês do cantor belga J. Brel. A conselho de um amigo escolhi essa música de homenagem para trabalhar com minhas turmas de francês língua estrangeira. Podem me chamar de louca. No rápido momento que ouvi a chanson achei linda. Ajeitei a letra, pedi pro pessoal da coordenação imprimir e passei pra meus alunos essa semana. São turmas de níveis diferentes. É necessário dizer que cada aluno é um mundo, mas parece que cada turma tem um eu coletivo. Cada qual reagiu de forma diferente.
O nível mais avançado reagiu de forma acolhedora. Estavam mais preocupados em entender as palavras, do que sentir a música. Foram os primeiros. Nem me toquei da grávidade da escolha. A turma intermediária, me acusou de fúnebre. A de nível básico me disse que se fosse o primeiro contato com a língua, teria desistido na hora. Me senti inconsequente. Mesmo assim consegui trabalhar diferentes aspectos da música.
É uma letra insana, de um cara que canta no cimitério a amizade pelo amigo que se foi. É profundo. Mas quem ainda não passou do presente do indicativo e não entende patavinas da língua, fica complicado.
Foi uma experiência interessante. Cobaias? E quem não é cobaia das vicississitudes da vida?
Acho que gostei da letra pois ela está totalmente ligada à minha própria vida. Tenho passado por uma fase difícil da existencia familiar. Uma pessoa muito querida e muito doente. Sabe quando a coisa já fugiu do controle e não sabemos mais o que fazer além de rezar? Pois bem, me perguntaram se eu era daquelas que ri nos funerais. Não sei. A última vez que velei um corpo, tinha uns 10 anos. Hoje com 28 não pisei mais em cimitério ou vi um morto de perto. Pode ser que seja mesmo aquela que tente trazer o riso pra onde só há lugar para o choro. Sou do contra. E afinal, quando não há nada mais que se possa fazer: é rir ou chorar. E se for pra guardar as aparências, a do bufão é aquela que me agrada mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário