segunda-feira, 6 de junho de 2011

o do meio

Num poema de Clarice que há pouco recebi, ela diz que entre duas coisas, há sempre outra. Por menor que seja o intervalo, sempre haverá algo nele.


Entre dois grãos de areia há um espaço.


Interstícios.


Se olhamos no microscópio uma célula, vemos que é composta por mínimos elementos; até que não vemos mais, mas sabemos que existem.


Mesmo o silêncio preenche a pausa do som.


É o preenchimento total de tudo o que temos conhecimento; de tudo que existe?


A meu modo, entendo nesse momento a importância daquilo que há entre meu anelar e meu indicador: elemento expressivo que auxilia nos momentos de cólera e desprezo, economizando-me belas palavras.

Um comentário:

MarcosCoppa disse...

Apesar da simplicidade do texto, retrata bem fielmente aquele momento aonde tudo o que você quer falar, ouvir e escutar.. é o nada.

E que haja alguma coisa entre o nada e o tudo. Aliás, há. Um dedo :)