Num poema de Clarice que há pouco recebi, ela diz que entre duas coisas, há sempre outra. Por menor que seja o intervalo, sempre haverá algo nele.
Entre dois grãos de areia há um espaço.
Interstícios.
Se olhamos no microscópio uma célula, vemos que é composta por mínimos elementos; até que não vemos mais, mas sabemos que existem.
Mesmo o silêncio preenche a pausa do som.
É o preenchimento total de tudo o que temos conhecimento; de tudo que existe?
A meu modo, entendo nesse momento a importância daquilo que há entre meu anelar e meu indicador: elemento expressivo que auxilia nos momentos de cólera e desprezo, economizando-me belas palavras.
Um comentário:
Apesar da simplicidade do texto, retrata bem fielmente aquele momento aonde tudo o que você quer falar, ouvir e escutar.. é o nada.
E que haja alguma coisa entre o nada e o tudo. Aliás, há. Um dedo :)
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