quinta-feira, 7 de julho de 2011

Performance

As relações humanas são muito difíceis. Me sinto enormemente impotente. Existem pessoas que criam regras pra as outras seguirem, mas elas mesmas não as seguem. Outras, que só vêm o Ó do boragodó e te chamam de peste. Hoje estou triste. Acordei bem, mas trinta minutos depois já estava aos berros, discutindo a relação. Ai, que droga. Perdi toda a minha energia. Quero sair de casa, mas algo me prende. Quero viajar, mas algo me impede. Quero ir, mas fico. É tudo um circo. Ontem vi umas apresentações de projetos artísticos, onde as pessoas expõe o mais íntimo de si. Testam o corpo e os sentimentos ao extremo. Mas como serão suas vidas? Pensei numa performance: Uma caixa, onde duas pessoas cabem apertadas, numa praça movimentada ou numa feira. Na porta, uma placa "Eu quero dar. Quem quer comer? É gratis!" Eu, acolhendo as pessoas. Os voluntários, loucos para salvar-me do desespero, ao entrerem no quartinho, descobrem uma bandeja cheia de doces caseiros, e escolhem o que comer. Dava pra rir bastante. Esse tipo de performance é divertido. Mas e a performance da vida? Na artística, a gente embala as coisas e vai pra casa quando já não tá dando mais, ou o cansaço chegou; mas na vida, é mais difícil empacotar e sair fora. Quero gritar, mas a voz não sai. Apesar que quem vive de arte, não sai também, porque vida e arte se misturam. Mas isso não acontece com todo mundo? Somos todos atores? Hoje tenho muitas perguntas. E nenhuma resposta.

Nenhum comentário: