Até
onde vai a minha racionalidade? Vermelha pulsação tange a massa
cinza. Certamente vai além dessa dicotomia. A razão se vai a noite
e volta pela manhã com gosto de guarda-chuva e estrelinhas nos
olhos. O que é isso gente? Toda noite isso, por que controlar o que
eu não quero controlar? Eu gostaria de fazer, mas talvez não deva.
Consequências pairam sobre minha cabeça.
Racionais
e controladas são as pessoas. No entanto, acredito que no âmago
todos somos loucos, cheios de vontades e curiosidades soterradas
violentamente pelos dogmas morais e éticos, e a tão idolatrada
razão.
Gosto
de simplicidade,
inocência.
Quando o corpo pede, por que não dizer: “sim”? Porque isso é
errado, não pode, é feio. Poxa! Mas não tem problema nenhum. As
vezes me passa pela cabeça
que ser inocente, ingênuo, viver sem escudos é algo terrível,
pois más intenções podem me
assolar. Quais são as suas intenções? Nunca saberei senão o
tempo. Mas o tempo passando eu não vou ficar sentada em
uma cadeira diante da janela assistindo o
vento açoitar
nuvens. Enquanto o tempo passa tenho que ir vivendo e experimentando
mesmo se for para
tatear as paredes dessa casa até achar um
interruptor. Se
achar. Como viver de outra forma? Vivemos
perigosamente. Como diz Riobaldo em Grande Sertão, “Viver
é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver
mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia
e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto,
dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de
ir até o rabo da palavra.” Gênio
Rosa.
Quem
é que vai? Eu não sei. Não exatamente. Experimentos. Sinalizar o
que quero. Como? Se não sei. Não dou, não vejo. Iluminados dias
de flores coloridas; uma
sombra cobre a gente feito nuvem carregada de chuva. Como faz frio de
vez em quando. Quentura
danada desse inferno terrestre. Deus existe! Se existe? Como ficar
parada diante do
movimento do mundo? De pé
menina que a terra não para de girar por sua causa! Levanta e sacode
a poeira, música boa essa, levanta defunto. Dores e amores. Doce
amora. Vam'bora! já sei o que quero: cerejeiras em flor.
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