domingo, 14 de abril de 2013

Por que não?


Até onde vai a minha racionalidade? Vermelha pulsação tange a massa cinza. Certamente vai além dessa dicotomia. A razão se vai a noite e volta pela manhã com gosto de guarda-chuva e estrelinhas nos olhos. O que é isso gente? Toda noite isso, por que controlar o que eu não quero controlar? Eu gostaria de fazer, mas talvez não deva. Consequências pairam sobre minha cabeça.

Racionais e controladas são as pessoas. No entanto, acredito que no âmago todos somos loucos, cheios de vontades e curiosidades soterradas violentamente pelos dogmas morais e éticos, e a tão idolatrada razão.

Gosto de simplicidade, inocência. Quando o corpo pede, por que não dizer: “sim”? Porque isso é errado, não pode, é feio. Poxa! Mas não tem problema nenhum. As vezes me passa pela cabeça que ser inocente, ingênuo, viver sem escudos é algo terrível, pois más intenções podem me assolar. Quais são as suas intenções? Nunca saberei senão o tempo. Mas o tempo passando eu não vou ficar sentada em uma cadeira diante da janela assistindo o vento açoitar nuvens. Enquanto o tempo passa tenho que ir vivendo e experimentando mesmo se for para tatear as paredes dessa casa até achar um interruptor. Se achar. Como viver de outra forma? Vivemos perigosamente. Como diz Riobaldo em Grande Sertão, “Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.” Gênio Rosa.

Quem é que vai? Eu não sei. Não exatamente. Experimentos. Sinalizar o que quero. Como? Se não sei. Não dou, não vejo. Iluminados dias de flores coloridas; uma sombra cobre a gente feito nuvem carregada de chuva. Como faz frio de vez em quando. Quentura danada desse inferno terrestre. Deus existe! Se existe? Como ficar parada diante do movimento do mundo? De pé menina que a terra não para de girar por sua causa! Levanta e sacode a poeira, música boa essa, levanta defunto. Dores e amores. Doce amora. Vam'bora! já sei o que quero: cerejeiras em flor.


Nenhum comentário: