segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Santo Pereira

Tinha um gatinho miando em baixo da minha janela. Algum tempo depois, pensei que tivesse sumido.

Mas ele não sumiu não! Ele se escondeu no clube de remo.

No dia seguinte de seu desaparecimento, quando fui treinar, Pereira, o 'caseiro' do clube me disse: "Hoje você leva seu gato!".

- Meu gato? Ele ainda está aqui? Cadê?

"Ele tá ali escondido", disse ele apontando para um canto cheio de entulhos. Fui correndo e só vi um recipiente de Doriana com restos de comida. Perguntei surpresa (e feliz) se ele havia dado comida pro gato. No que ele respondeu: "Não gosto de ver ninguém passando fome!".

Ah, não sei como explicar minha alegria. Sorri até as orelhas. O coroa gosta de bicho também, pensei com meus botões. Como é bom encontrar uma pessoa de bom coração.

O mais incrível era o gatinho espertalhão, que já havia escolhido seu canto, e brincava alegremente com todo mundo que passava. Já estava se sentindo em casa, feliz da vida.

Isso foi numa quarta-feira. Treinei bastante e quando estava indo embora o Pereira me gritou de longe que levasse o gato embora. Quando fui olhar o bichano, lá estava ele deitadão em cima de um monte de sacos com a barriga virada pra cima, sem-vergonha!

Expliquei que não podia naquela hora, que ia trabalhar mas voltaria a noite. Só que não voltei. O bichinho tinha escolhido o clube por alguma razão e meu maior medo tinha passado: o de que alguém judiasse ou jogasse o gato na rua. Deixei ele lá e só voltei na sexta-feira, com o coração apertado, ainda insegura com a situação do pequeno.

Quando cheguei o Pereira olhou pra mim maroto e falou, "hoje você me leva esse gato daqui! Não quero dor de cabeça."

- Ah seu Pereira, deixa ele ficar, ele escolheu o clube, vai trazer sorte pros meninos, ele gosta daqui. Eu me comprometo a vacinar, trazer comida e castrar. Deixa vai?!

Ele baixou os olhos, pensou um pouco, abriu um sorriso lindo e disse que o gato podia ficar.

Dei pulos de alegria, e acho que o sentimento foi geral, porque os meninos já estavam brincando com o rajado, ele fazendo graça, sabe aquelas que só filhote sabe fazer? Correndo pra lá e pra cá, encantador. E o Pereira já estava curtindo a idéia, dizendo que 'nordestino', quando se acostuma, se espalha... Chamando o gato de malandro! Um sarro.

Agora o clube de remo tem um mascote, que traz sorte e alegria pra toda a equipe. Um gatinho vira-lata, rajado, de olhar esperto, salvo pelo Pereira. Santo Pereira!

Um comentário:

Unknown disse...

Tao mãe tao filha... essa semana fui levar a vó no mercado e perguntei como vc estava e tal, ai surgiu o comentário da vó.. a Odara arrumou mais um gatinho...huauah lá p o clube de remo. Eu já sabia mas não qz dzr p ela contar da forma dela (adoro como ela conta), ai me veio a pergunta... vó a Elaine tb fazia isso quando jovem...? Vó: Se fazia tínhamos um monte de gatos de rua em casa ela pegava e levava p cudar em casa e n ia mais embora hahauhahhahua....
Isso ai da continue com sua missão que é muito nobre... adore o texto deu até para ver todas cenas em minha cabeça até os pulos de alegria q tu deu.. bjs.