
A vó assiste o programa da Palmirinha religiosamente. É um programa de culinária da Gazeta, pra quem não conhece. Todos os dias aquela "grande mulher", nos dizeres da minha vó, apresenta uma nova receita para os fãs.
Lá pras 12h30, minha vó anciosa, almoça e vai pro quarto. Senta no "trono", uma cadeira maravilhosa hiper confortável, caderno e caneta na mão, esperando a novidade do dia.
- Odara! Hoje a Palmirinha ensinou a fazer um frango... você precisa ver! Temperado com suco de abacaxi!!! Você faz assim...
E aí segue a receita todinha, tim-tim por tim-tim.
Acho legal que ela exercita a cabeça, escreve, assimila e, as vezes, põe em prática.
Pois hoje foi dia de por em prática mais uma das deliciosas receitas da Palmirinha.
Tudo começou com:
- Vó, hoje vou fazer sopa de abóbora. Você vai pra tia mesmo e eu adoro.
Os olhos desesperados da vó demonstraram incerteza, "acho que não vou pra Leda hoje... ai, sopa de abóbora..." pensou aflita, com certeza.
Rapidamente tirou da estante unas 10 revistas de receitas daquele cara "no minuto", acho que é francês. Me deu pra olhar e escolher alguma coisa. Estrategicamente. Olhei como quem não quer nada. Uns 20 minutos depois, ela disse:
- Por que não fazemos aquela coxinha que a Palmirinha ensinou essa semana? É com farinha de milho! Deve ser mto boa.
Eu, muito anciosa com o exame de amanhã, topei. Ainda saí pra comprar um vinho!
A fome que me atacou as 9h30, passou nos preparativos.
Cozinha frango, desfia, refoga. Isso a vó fez.
Na hora da massa... que horror.
Ela tentou fazer, mas não tinha força, quase queimou. Fiquei histérica-controlada. Peguei a colher de pau, e nada, ela, a massa, não se movia... Meu Deus e agora? Joguei a massa na pedra. Lembrei que uma vez o Raphael me disse que tinha que sovar ainda quente. Meti a mão e... queimei. Lógico!
Já estava puta nessa hora. E a vó dizendo: põe farinha, lava a mão, faz isso, faz aquilo.
Divino amor. Divino amor. Divino amor.
- A Palmirinha tem um espátula de metal que ela mexe e rapidinho a massa tá boa. Acho que preceisa cozinhar mais. Acho que precisa de mais farinha.
- Vó, fica calma, vai ter que ser assim mesmo, não tem mais jeito. Tentei ME acalmar.
-Essa merda não tem jeito, nunca mais eu faço isso, quando alguém me pedir coxinha mando tomar naquele lugar. A vó tb estava indignada.
Começamos a fazer as coxinhas com a mão cheia de farinha de trigo, pra não grudar. Até que deu certo, aparentemete estava dando.
Aí a vó disse: - teve uma mulher que ligou pra Palmirinha e disse que as coxinhas dela abriram quando ela fritou! Imagina acontecer isso? Eu nunca mais faço coxinha.
- É vó, primeira e última.
O que a gente chingou pra enrolar essas coxinhas... até a vó falou palavrão! No final, deu certo, até demais. As coxinhas foram aprovadas. Suculentas. Uma delicia! E o vinho caiu mto bem também. Santa Helena, sauvignon blanc.
Segue a receita da massa. O recheio cada um faz como bem entender. Foi o que a gente fez.
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de farinha de milho
250 ml de caldo de galinha
250 ml de leite
50 g margarina
Joga tudo numa panela e mistura até soltar do fundo.
Boa sorte!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário