
Dizem por aí que a vida é cheia de surpresas, inesperados e mudanças. E é isso mesmo. Contudo, dizer "é isso mesmo" não significa que eu saiba lidar muito bem com essas vicissitudes. Gosto de saber o que vai acontecer, medir as palavras, premeditar as ações, gosto de ter o controle nas mãos. Seria melhor utilizar o verbo no condicional: eu gostaria de ter o controle sobre tudo, mas é óbvio que euzinha não controlo nada!
Enquanto estou aqui em casa, ou com a minha família, ou, no limite, na faculdade, ainda dá pra ter um certo controle sobre os acontecimentos. Digo no limite na faculdade, porque, as vezes (tipo hoje), soltei uma "bomba" por lá, mas deixa pra lá. Piora quando começo a entrar em relacionamentos humanos propriamente ditos, é uma catástrofe! Não sei o que dizer. O que digo acho que é besteira. Certas ações criam em mim uma bola de pêlo na garganta. É uma angústia tão grande! Passo dias refletindo sobre o que outro falou, o que pensou ao falar aquilo e o porquê de o ter dito. A cabecinha trabalha!
E isso não vem de hoje não! Quando tinha uns 12 anos, cheguei pra um amigo meu da rua, que não havia jeito de eu decorar o nome (este é outro distúrbio que trago do berço) e perguntei o nome dele pela enésima vez. É Vando, entendi. Até hoje, não sei porque, eu falei brincando: Já pensou se fosse Vanderson??? rindo. No que ele respondeu: É isso mesmo... Ah, você tá me zoando! Não é isso mesmo, ele respondeu. Bom, já nessa idade queria ter uma habilidade da avestruz. O que pode ser melhor do que enfiar a cara no chão numa hora dessas?
Com o passar dos anos, fui me aculturando, mas o distúrbio não passou, só piorou, porque as gafes eram em círculos mais "intelectuais", sobre assuntos mais "importantes". Continuo trocando nomes, confundindo personalidades, e soltando batatadas fenomenais. Sabendo disso, meu inconsciente já se prepara na hora do "show" diante de uma rodinha de gente, uma pessoa inteligente, ou um cara interessante: Ai meu Deus! Preciso controlá-la! Oh linguinha rápida... Já foi.
Quando quero impressionar? Vocês já devem imaginar. Tentando controlar a situação, faço e falo mais bobagens do que se estivesse a vontade com esse meu distúrbio, se tirasse sarro de mim mesma. Mas não, tentando controlar me descontrolo, depois me envergonho profundamente, e passo dias com a cara enfiada no travesseiro, descascando abobrinhas.
Pelo menos agora eu começo a ter consciencia e a aceitar esse meu jeito trapalhão de querer agradar, mostrar serviço, ou, simplesmente, me expressar. Vocês estão de prova! Troco alhos por bugalhos, muitas vezes pior do que isso. Confundi Levi-Strauss com Eliphas Lévi. Tudo culpa do Levi! São séculos diferentes, persanalidades completamente divergentes. Mas, os dois são muito importantes para a história da humanidade. Oh lá! duas coisa em comum. Tô perdoada!
É isso aí gente, troco as bolas, falo besteira, faço coisas ridículas... não tem jeito: é biológico (valeu Chomsky!). Mas faço tudo pensando no melhor, no bem e na harmonia das causas e coisas do universo. Obrigada pela compreensão! :)
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