sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Da euforia julhiana à melancolia de agosto


Foi um mês agitado, o de julho, com visita, amiga de infância, férias das obrigações naturais, viagem, praias, curtição noturna. Conhecemos muita gente. Amizades novas. Foi numa dessas conhecenças que me apaixonei. Pipa não é lugar pra conhecer ninguém! Afirmou meu primo. Ali só dá malucos e pilantras. Dei ouvido? Não, claro. Shame on me!
A amiga se foi, de volta ao velho mundo, de volta às suas obrigações. A paixão ficou. Mais alguns dias e também voltaria ao velho mundo. Como lidar com isso, eu não sabia. Já estava me sentindo aleijada de uma perna sem a amiga com quem dividi 3 semanas de pura emoção. Só curtimos e acrescentamos uma à outra. O amor de férias, ficou estranho. E como é mesmo que se pode apaixonar nas férias? Devia ser proibido. Sabe-se que ele vai embora e nunca mais, talvez, o encontre. Como é que um coração sensível deve lidar com isso? O meu ficou aos galopes esses últimos dias. Nem consegui ir dizer tchau. Não houve um último adeus. Ao contrário, briguei com ele. De quem foi a culpa eu não sei. Sei que a cada relação percebo mais o abismo que existe entre homens e mulheres. Não nos compreendemos. E como pensamos diferente.
A mulher esquece sua liberdade na hora mesmo em que se apaixona. Quer dividir tudo com o outro. Faz projetos, imagina o futuro, será que esse é o tal? O homem, ao contrário, reluta muito antes de se deixar apaixonar. Ele pisa em ovos, faz de tudo para não ter que dividir seus momentos pessoais, gosta de manter isso ao máximo. Demora para se apaixonar, mas quando isso acontece também, não há mais nada que possa salvá-lo do amor. Ama para sempre. A mulher apaixona e desapaixona com facilidade. Veio ao mundo para amar, ser mãe, amante, esposa, tem muito amor pra dar! É inato. Está no seu papel aqui na terra. Então vai pulando de galho em galho até encontrar o principe encantado, na melhor das hipóteses, ou então aquele que saiba aceitá-la do jeito que é.
Voltei ao ponto inicial. Amiga e homem foram embora. Acabou a euforia das férias forçadas. Des vacances chez moi. O que ficou? A descoberta de uma grande amizade que ainda dormia em nossos peitos. A descoberta de coisas em comum, mais do que se poderia imaginar, visto que fomos criadas longe, nos vimos tão pouco, e nos damos tão bem. E um coração magoado, mas compreensivo, esperançoso ainda de alguma notícia daquele ladrão de sorrisos bobos, dos carinhos gostosos, e daquele jeito apaixonadamente livre. Um olhar de bicho selvagem, que espreita a sua presa, e quando a toma é sem dó nem piedade. Me pegou?
Mesmo assim, meio capenga, penso: life must go on!
E hoje é sexta-feira. Vou sair pra aerar as idéias, dançar.
Alguém tá afim?

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