Numa manhã de domingo, Sofia se contenta em acordar às 5h da manhã para dar comida pros gatos. Não que ela não tenha ficado puta da vida com o gato preto miando na porta e pulando repetidamente no quarto ao lado para abrir. Só que a habitante deste quarto é mais esperta, trancou a porta à chave, para ele não realizar seu ato por inteiro: abrir a porta num pulo, invadir o quarto seguido de outros gatos gulosos, subir na cama e olhar pra cara do indivíduo como quem diz: "Ei, vamo acordar!?".
A porta está trancada, mas ele é persistente, vai ver por ser brasileiro, não desiste nunca. Pulou, pulou e pulou, fazendo o maior estardalhaço. Até que Sofia levantou, meio cambaleante, ainda sob os efeitos da noite de sexta. Que loucura! Pensou. Foram tantas emoções. Sempre com Rebecca as coisas andam depressa. Aventura certa. Foram bater em Pipa, pra ver o sol nascer. Da praia do amor, com dois enamorados. Pareceu romântico. São românticas nas horas vagas, e daí?
Sofia se lembra do italiano. Mentira! Só lembrou dele quando chegou em casa. Não consegue esquecer o cara. Impressionante. Sai pra lá aventureiro! Que encosto. Nada. Tudo que faz, lembra ele. Como é que foi que o cara se fez tão presente? Foram poucos dias de convivência e a presença dele não saiu ainda da casa. Tomou um vinho chileno, lembrou dele. Falou de educação, ele de novo. Isso pra citar apenas dois exemplos. Entrou na carne, feito punhal. Se tirar o sangue jorra. Já faz parte dela.
Não tem gente que vemos num dia e já são importantíssimas para nossas vidas? Esse cara chegou pra ficar na vida de Sofia. Um aventureiro interessante, seguro de si, quase um brasileiro.
Sofia toma amarula e lembra dele. Há quanto tempo não se apaixonara? Desde os tempos do onça. Quando ainda acreditava no romantismo. É uma romantica mesmo. Achou que tinha se curado da doença. Há mais de 5 anos que nada se passava naquele coração. Faltou encontrar alguém que mexesse com suas emoções. Apareceu o tal, e já foi embora. Uma pena. Pelo menos ela pensa, pensa muito. O que foi que aconteceu? Será que volta e bate na minha porta? Ou será que foi daqueles encontros fugazes que a vida faz acontecer?
Ela não sabe. Aguarda notícias de Outre Mer.
Enquanto isso, ela se diverte, afim de curar essa dúvida que trás dentro de si.
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